Renato Brum: Como Goiás Se Tornou Referência Nacional em Segurança Pública

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Em um cenário onde a violência desafia governos em todo o Brasil, Goiás emerge como um exemplo de sucesso na redução de crimes, com destaque para a queda de 60,7% na taxa de homicídios de mulheres, a maior do país, segundo o Atlas da Violência 2025. À frente da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), o coronel Renato Brum, com 34 anos de carreira na Polícia Militar, detalha em entrevista as estratégias que consolidaram o estado como modelo nacional. Sob a gestão do governador Ronaldo Caiado (UB), medidas como inteligência policial, integração entre forças e investimentos robustos transformaram a realidade goiana. Nesta reportagem, exploramos os avanços, os desafios futuros e o potencial do modelo goiano para inspirar o Brasil, especialmente com a candidatura de Caiado à Presidência em 2026.

Uma Carreira Dedicada à Segurança

Aos 52 anos, Renato Brum é um nome respeitado nas forças de segurança de Goiás. Ingressou na Polícia Militar aos 18 anos como cadete e, ao longo de três décadas, acumulou experiência em unidades operacionais, com destaque para a Rotam, onde foi o único oficial a ocupar todos os postos, de tenente a comandante. Atuou também no Batalhão de Choque e em Aparecida de Goiânia, enfrentando os desafios da região metropolitana. Em 2019, assumiu o comando-geral da PM no primeiro mandato de Caiado, sendo promovido à SSP em 2022 por sua trajetória técnica e resultados expressivos.

“Minha carreira sempre esteve nas ruas, entendendo a realidade operacional. Isso me preparou para liderar a pasta com base em dados e ações concretas”, afirma Brum. Sua nomeação, baseada na ficha individual de alterações – um dossiê detalhado de cada PM –, reflete o critério técnico adotado por Caiado. Para mais sobre lideranças públicas, confira nossa seção de perfis.

Recordes de Redução Criminal

O Atlas da Violência 2025, divulgado em 12 de maio, posicionou Goiás como líder na redução de feminicídios, com uma queda de 60,7% na taxa de homicídios de mulheres entre 2018 e 2024. Além disso, o estado registrou:

  • Homicídios gerais: Redução de 55% no mesmo período, segundo a Secretaria Nacional de Segurança Pública, com sete anos consecutivos de queda.
  • Roubos de veículos: Diminuição de 93%, com a média diária em Aparecida de Goiânia caindo de 30 para 3 veículos, todos recuperados.
  • Roubos a bancos: Eliminação total das ocorrências em 2024, após o pico em 2016, quando um caixa eletrônico foi explodido na Praça Tamandaré, em Goiânia.
  • Roubos a cargas: Queda de 97%, atraindo indústrias e reduzindo custos de seguros.

Brum atribui esses resultados aos “três Is” – inteligência, integração e investimento –, que estruturam a política de segurança goiana. “Não é só sensação de segurança, como diz o governador Caiado. É segurança efetiva, que permite às pessoas caminharem com liberdade”, destaca. Saiba mais sobre indicadores criminais em nossa seção de dados.

Combate ao Feminicídio: Um Esforço Multissetorial

A redução de feminicídios é um marco para Goiás, mas Brum reconhece a complexidade do problema, enraizado em uma cultura machista. “Esse crime vai além da segurança pública. Exige conscientização social e cooperação com a imprensa, o Ministério Público, a Justiça e a sociedade civil”, explica.

Entre as medidas implementadas:

  • Batalhão Maria da Penha: Único no Brasil, especializado em fiscalizar medidas protetivas, com atuação em todo o estado.
  • Patrulha Maria da Penha: Expandida para todos os 246 municípios goianos, garantindo atendimento rápido às vítimas.
  • Aplicativo Mulher Segura: Desenvolvido pelo coronel Nolasco, permite que mulheres em perigo acionem a PM com um clique, com rastreamento em tempo real da viatura. A ferramenta, replicada em outros estados, ajudou a estabilizar casos de violência doméstica.
  • Delegacias especializadas: Reforço nas unidades de atendimento à mulher, com equipes treinadas para acolhimento.
  • Apoio social: A Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) oferece bolsas e auxílios, reduzindo a dependência financeira de vítimas de seus agressores.

O secretário destaca a importância de dados, como o Monitor de Violência Doméstica da Polícia Civil, que mapeia “manchas criminais” para direcionar ações. “Ferramentas como o aplicativo e a tornozeleira eletrônica para agressores são essenciais, mas precisamos estimular denúncias, especialmente em condomínios fechados”, diz.

Transformação no Entorno do DF

O Entorno do Distrito Federal, historicamente marcado pela violência, com quatro das 15 cidades mais perigosas do Brasil em 2018, passou por uma transformação significativa. “Investimos pesado na região, e hoje ela não é mais o principal problema do estado, embora exija atenção diária”, afirma Brum.

As ações incluem:

  • Comandos regionais: Três unidades coordenam operações no Entorno, com efetivo centralizado.
  • Policiamento especializado: Atuação do Comando de Operações e Divisas (COD), Batalhão Rural, Rotam (Jardim Ingá, Luziânia) e Batalhão de Choque (Valparaíso).
  • Resultados concretos: Queda expressiva em crimes violentos, com foco em prevenção e resposta rápida.

Os “Três Is”: Inteligência, Integração e Investimento

Inteligência Policial

A troca de informações entre PM, PC, policiais penais, peritos, Bombeiros e Procon é a espinha dorsal da estratégia goiana. “O crime se organizou, e as polícias não podem atuar isoladas”, diz Brum. Ações como o isolamento de líderes de facções em presídios de Planaltina e Águas Lindas reduziram a criminalidade nas ruas, evitando que policiais “enxuguem gelo”.

Integração

A colaboração entre PM (preventiva) e PC (investigativa) é complementada por parcerias com outras instituições. “A integração é real, não só no papel. Compartilhamos inteligência sem invadir competências”, explica. Exemplos incluem operações conjuntas com o Batalhão Maria da Penha e fiscalizações do Procon contra preços abusivos.

Investimento

O governo Caiado priorizou recursos para a segurança:

  • Equipamentos: Cada policial possui colete balístico (R$ 1.500), armas Beretta e Sig Sauer, e viaturas com submetralhadoras. Uma equipe da Rotam custa R$ 20 mil em equipamentos.
  • Armas não letais: Aquisição de Tasers para todas as viaturas, reduzindo o uso de força letal.
  • Valorização: Aumento da hora extra em 2024, concursos para novos efetivos e eliminação de coletes vencidos.
  • Videomonitoramento com IA: Lançado em 5 de maio de 2025 pela Secretaria-Geral de Governo (SGG), o projeto instala câmeras com tecnologia OCR e reconhecimento facial em áreas como Catalão, Aparecida de Goiânia e Jardim Ingá.

Resposta às Críticas e Valorização Policial

O Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) tem cobrado maior recomposição salarial, com manifestações públicas. Brum reconhece as demandas, mas destaca avanços:

  • Equidade: Recomposição salarial em 2024 para PM, PC, Bombeiros e Polícia Penal, com nova data-base em maio de 2025.
  • Diálogo: Negociações respeitam o teto de gastos, com “conquistas graduais”.
  • Progressos: “Subimos degraus, mas há mais a conquistar. O governo mantém o diálogo aberto.”

Sobre violência policial, Brum reforça a atuação da Corregedoria:

  • Punições rigorosas: Desvios graves levam à exclusão, com processos na Justiça Militar e Civil.
  • Transparência: Casos são investigados duplamente, com afastamento do policial de funções operacionais.
  • Redução de letalidade: Três anos de queda nos confrontos, reflexo da menor presença do crime.
  • Apoio psicológico: O Hospital da PM trata casos de adoecimento mental, evitando condutas inadequadas.

“Não há impunidade. Policiais respondem como qualquer cidadão, com direito a defesa. A ideia de leniência é uma narrativa equivocada”, afirma.

Lideranças das Forças de Segurança

Brum elogia os comandantes sob sua gestão:

  • Coronel Marcelo Granja (PM): Com 30 anos de serviço, lidera com excelência.
  • Delegado André Ganga (PC): Experiente no GT3, comanda investigações com firmeza.
  • Coronel Washington (Bombeiros): Ampliou a presença da corporação.
  • Josimar Pires Nicolau do Nascimento (Polícia Penal): Transformou a gestão prisional.
  • Ricardo Matos (Polícia Técnico-Científica): Gerencia um banco genético de ponta.
  • Marco Palmerston (Procon): Combate preços abusivos em parceria com a Delegacia do Consumidor.

“Sou um maestro, buscando harmonia entre as forças. O recado de Caiado é claro: o crime não se cria em Goiás”, diz Brum.

Desafios para o Futuro

Para 2025, Brum aponta três prioridades:

  1. Redução contínua de crimes: Buscar quedas ainda maiores, aproximando-se de índices mínimos.
  2. Combate ao feminicídio: Ampliar delegacias, salas de laudos e incentivar denúncias.
  3. Videomonitoramento com IA: Expandir o sistema, com parcerias público-privadas.

O secretário alerta para o risco do narcotráfico no Brasil: “Sem políticas robustas, corremos o risco de sermos dominados. Goiás é um exemplo de resistência.”

Um Modelo para o Brasil

Brum acredita que o modelo goiano, baseado nos “três Is”, pode ser replicado nacionalmente se Ronaldo Caiado vencer a Presidência em 2026. “Caiado prioriza a segurança desde 2019, com conhecimento técnico e cobrança por resultados. O Brasil precisa dessa seriedade”, afirma. A liberdade de circulação em Goiás, com redução de crimes, é um exemplo concreto.

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Referências

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